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Paralisia

A mão paralítica é uma estrutura de imensa sensibilidade; entretanto, movimento e força são necessários para as funções altamente adaptativas de pinçamento, de pega e de gancho. Alterações posicionais e também movimentos delicados se tornam possíveis pelas muitas articulações dos 29 ossos na mão, punho e antebraço e pelos 50 músculos que atuam como motores e estabilizadores. Para ter finalidade, o movimento deve ser controlado, e as articulações cruzadas pelos tendões em movimento devem ser estabilizados por músculos antagonistas equilibrados. Um exemplo notável dessa estabilização é a manutenção da extensão do punho pelos seus extensores, os quais o impedem de ser flexionado pelos flexores resistentes dos dedos quando é cerrado. Os antagonistas dos extensores do punho, os flexores do punho, também contribuem para estabilização.

Princípios de Transferência Tendínea

Transferência tendíneas são úteis para restaurar funções da mão. Alguns princípios básicos devem ser seguidos para que as transferências tenham êxito e seja evitado um aumento no desequilíbrio e, consequentemente, na deformidade. Depois da discussão destes princípios, algumas transferências tendíneas específicas serão sugeridas para padrões frequentes de perda funcional.

A paralisia cerebral é uma encefalopatia não hereditária, não progressiva, que ocorre no período pré-natal ou perinatal, caracterizada por alteração das funções motora, sensitiva e frequentemente intelectual. A função da mão é prejudicada de alguma forma em todos os tipos, exceto possivelmente na paraplegia espática. As deformidades mais comuns encontradas são: adução do ombro, rotação interna, flexão do cotovelo, pronação do antebraço, flexão do punho e dedos, polegar na palma e deformidades em pescoço de cisne. Muitos procedimentos cirúrgicos têm sido indicados em uma tentativa de corrigir essas deformidades. Os resultados iniciais foram imprevisíveis e desapontadores, principalmente em virtude da seleção inadequada de pacientes. Os extensos trabalhos de cirurgiões comprovaram certos princípios na avaliação e tratamento da paralisada cerebral da mão.
Avaliações cuidadosas, repetidas, de modo frequente durante um considerável período de tempo, são necessárias antes que a cirurgia possa ser aconselhada para esse pequeno grupo ou desencorajada para a maioria dos demais pacientes. As deformidades são consideradas como contraturas estáticas ( deformidades que não se corrigem com posicionamento compensador de músculo ou articução) ou deformidades dinâmicas, que são espásticas e lentamente corrigíveis.

Tratamento Não operatório

Tradicionalmente, imobilização precoce tem sido usada para prevenir contraturas fixas dos músculos e articulações. Se imobilização for necessária, uma tala bem adaptada, sem pontos de pressão, deve manter o punho em tanta extensão quanto for tolerada, com os dedos em extensão quase completa e o polegar fora da palma.
A terapia da mão, embora raramente bem sucedida em treinar uma criança para relaxar músculos espásticos, fortalecer músculos enfraquecidos e controla reflexos exagerados. A terapia também é valiosa para proporcionar suporte ao paciente e à família para lidarem com a doença, avaliar pacientes para procedimentos cirúrgicos e na recuperação pós – operatória de atividades funcionais.

Tratamento Operatório

Objetivos

Os objetivos do tratamento operatório em uma criança com paralisia cerebral devem ser muito espécificos e possibilitar a preensão e liberação úteis e higiene aceitável. Às vezes, melhorar a aparência da mão pela correção de uma contratura de aspecto feio pode ser também um objetivo modesto. A manipulação delicada de objetos raramente melhora com cirurgia, e a função normal da mão é um objetivo ilusório. A preensão e liberação serão possíveis apenas em crianças que tenham pelo menos sensibilidade suficiente para possibilitar percepção da extremidade. Subcorreção em vez de hipercorreção da deformidade ou disfunção é sempre preferida.

Músculos isolados podem estar paralisados em pacientes com poliomielite; entretanto, o mais comum é serem afetados conjuntos de músculos. O músculo ou músculos específicos envolvidos e o desequilíbrio muscular resultante devem ser determinados antes do inicio do tratamento. Algumas das deformidades mais comuns causadas pelo desequilíbrio muscular no pé e no tornozelo serão descritas de acordo com os músculos envolvidos. O padrão exato da paralisia muscular e a deformidade específica devem ser cuidadosamente determinados antes de qualquer intervenção cirúrgica.

Procedimentos ósseos

( Osteotomia e Artrodese)

O objetivo da artrodese em pacientes com poliomielite consiste em reduzir o número de articulações que os músculos debilitados ou paralisados controlam. A deformidade óssea estrutural deve ser corrigida antes que a transferência tendínea seja realizada.

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