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Lseões de nervos periféricos

Os nervos periféricos podem ser lesados por doenças metabólicas ou do colágeno, doenças malignas, toxinas endógenas ou exógenas, ou trauma térmico, químico ou mecânico.
A lesão primária de um nervo periférico resulta do mesmo trauma ou lesa um osso ou articulação. Em alguns casos, no entanto, a lesão neural é causada por fragmentos ósseos desviados, estiramento ou manipulação, em vez da força lesiva inicial.
A lesão secundária resulta do comprometimento do nervo por infecção, cicatriz, calo ou complicações vasculares. Estas complicações podem ser hematoma, fístula arteriovenosa, isquemia ou aneurisma.

Diagnóstico

Imediatamente depois de um traumatismo grave de uma extremidade, o reconhecimento de uma lesão de nervo periférico nem sempre é fácil. A dor muitas vezes é tão grave que a cooperação do paciente é limitada, na melhor hipótese. Neste caso a preservação da vida e do membro é sempre o objetivo principal. Entretanto, quando possível, alguns testes simples devem ser realizados para detectar lesões dos nervos principais da extremidade. Na avaliação de lesão de nervos periféricos, é essencial um conhecimento preciso do trajeto do nervo, do nível de origem dos seus ramos motores, e dos músculos que estes ramos suprem.

Considerações gerais sobre o tratamento

Como em qualquer outra lesão, o tratamento inicial do paciente com lesão de nervo periférico deve começar com avaliação cuidadosa das funções vitais. Quando indicado, ações apropriadas devem ser aplicadas para prevenir insuficiência cardiopulmonar e choque, e antibióticos sistêmicos e profilaxia de tétano devem ser administrados. Uma vez determinada a extensão de qualquer lesão das vísceras importantes e iniciadas medidas ressuscitativas apropriadas, a lesão do nervo periférico deve ser avaliada e o déficit nervoso especifico avaliado cuidadosamente.

Anatomia dos Nervos Espinhais

Cada nervo espinhal segmentar é formado no, ou próximo do, seu forame intervertebral pela consolidação da sua raiz dorsal ou sensitiva com sua raiz ventral ou motora. Na maioria dos segmentos torácicos esses nervos espinhais mistos retêm sua autonomia e suprem um segmento intercostal, tanto no dermátomo como no miótomo. Em virtualmente todos os demais segmentos do eixo espinhal os nervos espinhais juntam-se com outros para formar um plexo, que inerva um membro ou um segmento especial do corpo e que não retém mais o padrão dos miômeros primitivos.
Trinta e um nervos espinhais mistos saem pelos seus respectivos forames em cada lado da coluna vertebral para inervar o tronco e extremidades homolaterais: oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares, cinco sacros e um coccígeo.

Componentes dos Nervos Espinhais Mistos
Um nervo espinhal misto típico possui três componentes distintos:

-Motor
Várias radículas saem pelo sulco ântero-lateral da medula espinhal e unem-se para formar cada raiz motora.
As fibras que atravessam estas raízes originam-se das células do corno anterior e inervam os músculos -esqueléticos.
-Sensitivo
As fibras sensitivas originam-se de receptores à dor, térmicos, tácteis e ao estiramento.
-Simpático
O componente simpático de todos os 31 nervos espinhais mistos deixa a medula espinhal junto com apenas 14 raízes motoras. As células de origem estão na coluna de células intermediolateral que se estende por todos os segmentos torácicos e lombares superiores da medula.

Reparo Nervoso Primário e Primário Retardado

Tempo de Reparo

A controvérsia a respeito da cronologia das reparações nervosas em geral permanece não resolvida. Os termos aplicados à cronologia da reparação de nervos incluem: reparo primário (imediatamente após a lesão, ou dentro de 6 a 12 horas), reparo primário retardado (dentro das primeiras 2 a 2,5 semanas), e reparo secundário ( depois de 2,5 a 3 semanas). De uma maneira geral, no entanto, quanto mais longa a demora para o reparo, pior o retorno de função motora que pode ser esperado. A reinervação do músculo desnervado pode ocorrer até 12 meses, pois após este período ocorrem alterações irreversíveis nas células musculares e há pouca probabilidade de recuperação da função motora depois da reinervação.
Indicações
Em geral, uma reparação nervosa pode ser efetuada imediatamente após lesão ou dentro de 2 a 2,5 semanas na presença de uma lesão limpa, com ferimento inciso. Um atraso de 2 a 2,5 semanas pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo as condições do paciente e a disponibilidade de pessoal apropriado incluindo um cirurgião para tratar ferida. Nossa prática consiste em reparar os nervos lesados, se a ferida for limpa e incisa, no dia da lesão ou nos primeiros 5 a 7 dias.

Reparo Nervoso Secundário

Indicações

Diversas condições devem influenciar a decisão do cirurgião em retardar o reparo de nervos periféricos lesados, incluindo (1) a existência da lesão e perda extensa de tecidos moles com trauma extenso do nervo, (2) a presença de contaminação extensa da ferida, (3) a presença de múltiplas lesões dos membros exigindo tratamento agressivo e rápido de preferência à lesão nervosa, (4) a existência de esmagamento extenso, (5) a presença de uma lesão extensa de tração e (6) uma lesão nervosa que foi tratada por outro cirurgião, na qual a extensão e natureza da reparação do nervo são desconhecidas do cirurgião.

Enxertos de Nervos

Indicações

Às vezes, como resultado da destruição extensa, é criado um defeito no nervo que não pode ser superado através da mobilização do nervo, flexão de articulação ou redirecionamento de um nervo. Uma indicação principal para enxerto de mão é construir ponte de defeitos subsequentes á lesão segmentar do nervo, quando uma neurorrafia livre de tensão não puder ser realizada. Indicações menos observadas incluem enxerto de nervos para inervar enxertos musculares vascularizados livres e retalhos em ilha neurovasculares livres.
Antes de realizar um enxerto nervoso, outras técnicas de fechamento dos pequenos espaços entre as terminações nervosas devem ser consideradas. Essas técnicas incluem a mobilização das extremidades nervosas ao longo de uma distância de alguns centímetros proximal e distalmente, posicionamento das articulações próximas da lesão em posições não desconfortáveis, e transposição ou mudança de trajeto das terminações nervosas.

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